IRENO ISNARDI
Uns dos Fundadores da Reserva Indígena de Dourados Ireno Isnardi, Faleceu no dia 29 de março de 1993, na aldeia Bororó com 120 anos de idade, atuou como capitão e cacique por um período de 48 anos, de 1937 á 1910, era casado com Ramona Cario de 81 anos, tinha dois filhos 44 netos e 13 bisnetos, estava com problemas no coração, ficando dias internado, recebeu alta, ao passar mal novamente em casa, não quis retornar ao hospital, falecendo em sua casa na aldeia Bororó, antes de falecer, Ireno foi homenageado na Escola Tengatuí Marangatu pelo Agustinho Niz Gonçalves e João Machado com a escrita de sua biografia.
BIOGRAFIA- IRENO ISNARDI
Ireno Isnardi formou a primeira família Caiuá da Reserva Indígena de Dourados, por volta de 1906 a 1910, seus progenitores foram o índio Marcelo Isnardi, Ireno teve dois irmão Emilio e Camilo, ele era o caçula e Idalina Isnardi foi a irmã do valoroso Guerreiro Tembecuá.
Ireno desde muito jovem destacou-se pelo seu grande espírito de liderança e extrema dedicação em prol de seus patrícios.
Casou-se com Ramona Acário, comhecida como Machu mboy e o casal teve os filhos Getulio, Alcindo, Joana, Delmara, Aleixo e Nacila, apenas dois estavam vivos.
Ireno Isnardi era considerado como índio Espelho e Baluarte inconteste da raça caiuá e fundador da aldeia de Dourados, fez parte do grupo de dez homens e mulheres que se dirigiu ao Marechal Rondon para a demarcação destas terras na década de 30; As índias eram favoráveis que a demarcação das terras tivesse por limite os rios Dourados e Brilhante, mas a prudência dos componentes masculinos, perante a enorme quantidade de terra, fez com que a Reserva indígena de Dourados permanecesse apenas com a demarcação atual;
Tomaram parte da demarcação: capitão Joaquim Fernandes, Leoni Fernandes, João Fernandes, José Daniel e Basilio. Está demarcação procedeu sob o comando do coronel Nicolau Francisco Hibiapina que foi o primeiro chefe do posto indígena.
Os trabalhos do capitão Ireno Isnardi, foram muito louvados pelos chefes do Posto da Funai e pela própria Funai conhecida em outros tempos por SPI.
Com todo bom índio, dedicado à sua raça e ao seu povo, o jovem valoroso guerreiro, tornou-se capitão da Reserva, exercia com extrema dedicação e postura a sua função de chiru invocava a deus índio para chamar a chuva benzia a dor de dente e dor de barriga.
Quando o tempo parecia enfurecido sobre a reserva, capitão Ireno invocava o deus índio, que solicito atendia o seu pedido e o temporal se desfazia, voltando a calma para a felicidade do índio que normalmente voltava aos seus afazeres, ora caçando, tocando sua carreta nos tortuosos caminhos da Reserva.
Fonte: Jornal O Progresso 30 de Abril de 1993, Dourados-Ms, texto: Agustinho Niz Gonçalves e João Machado, postagem: Egizele Mariano da Silva/Janeiro/2022.
Ireno Isnardi e seus familiares.
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