ATUAÇÃO DE BÍGUA COMO CACIQUE
Cacique era o nome dado pelos indígenas, um cacique além de liderar também deveria saber rezar, diferente de capitão, Biguá recebeu a capitania do Líder Indígena Ramão Machado em 1985, cargo que ocupou até ser destituído em 26 de agosto de 1992.
Biguá dizia ser o Cacique dos Indígenas, liderava a Aldeia Jaguapiru, lugar na qual se concentravam indígenas Terena, seu primo Carlito liderava a Aldeia Bororó, lugar onde se concentravam mais indígenas Guarani Ñhadeva e Guarani Kaiowá, antes de atuar na capitania, atuou como conselheiro, auxiliando o capitão, o Conselho era formado por pessoas de boa reputação e que representavam as famílias de um determinado lugar da reserva, participava das reuniões em que discutia os problemas da comunidade, aos poucos foi aprendendo, e tornou-se presidente do Conselho, depois de um ano, recebeu a capitania de Ramão passando a atuar como cacique, buscando melhorias para a comunidade, não só para a Aldeia de Dourados, como também para as outras aldeias, no início, enfrentou muitas dificuldades na capitania, mas focava em seu objetivo, de unir os indígenas, como não tinha experiência nenhuma, era complicado fazer com que três etnias, pensassem da mesma forma, mais não desistia de seu objetivo, buscava parceria com autoridades da cidade, que sempre o orientavam para poder trabalhar com seu povo.
foto: Cacique Biguá
AÇÕES NA CAPITANIA
Segundo Biguá, o Capitão teria que colocar ordem na Reserva, ter autoridade moral para poder orientar os indígenas, para assim ser respeitado, caso contrário a aldeia tornaria um transtorno, o capitão era como um administrador, como se fosse um prefeito, um delegado, resolve alguns probleminhas internos que ocorrem na aldeia, busca recursos, conselhos com as autoridades superiores, se tivesse boa atuação, poderia ser capitão a vida inteira;
No período de capitania de Biguá procurou combater o uso da bebida alcóolica na aldeia, pois já havia muita bebida, sendo um dos maiores problemas que enfrentavam, a bebida gerava violência e outros problemas, não era permitida a venda de bebida alcóolica na aldeia, mais o indígena se desloca para a cidade, comprava e bebia, retornando bêbado para a Reserva, Biguá buscava o desenvolvimentos de projetos na aldeia, e um deles era construção de uma escola , dizia que com mais orientação as novas gerações poderiam progredir, reduzindo o uso de bebidas alcóolicas e suicídios que se tornavam cada vez mais frequentes, oferecendo educação as crianças o futuro seria bem melhor dizia, a construção do Centro de Educação Unificada,(CEU). atual, Escola Tengatuí Marangatu, iniciou em Abril de 1991, sendo entregue em 18/02/92, foi uma das solicitações do capitão, atendida pelo prefeito Braz Melo, além da construção da escola, a aldeia também foi contemplada com a construção do posto de Saúde na Reserva, em reunião com a comunidade Biguá mencionou “Nenhum prefeito tinha se interessado tanto por nós, agora o CEU, vai resolver o problema dos índios’’, muitos jovens de 13 a 15 anos se suicidavam, pois achavam que não tinha mais saída, naquele período de atuação na capitania, havia em torno de oito mil pessoas na reserva e faltava oportunidades para os jovens, funcionavam apenas três escolas: Francisco Meireles na Missão, Francisco Hibiapina e suas duas extensões que funcionavam na aldeia Bororó (escolas: Agustinho e Araporã) na qual atendia cerca de 1200 alunos; Levando projetos e ações para a reserva o prefeito Braz Melo, esperava diminuir o índice de suicídios na reserva, pois o problema era repercussão Nacional
Fonte/informações, Jornal O Progresso, reportagens Jornalísticas datadas em 1978 á 1992-Dourados -MS, Livro o Canto de Morte Kaiowá História Oral de Vida, José Carlos Sebe Bom Meihy; postagem e organização do texto: Egizele Mariano da Silva.Janeiro/2022
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