UMA LINDA HISTÓRIA DE VIDA!
Tudo que registramos permanece na história por mais alguns anos;
O que fica na memória, acaba sendo esquecido no tempo;
As datas, as horas os momentos se perdem com o passar dos anos;
A memória escrita pode ser editada e reproduzida, servindo como material de compreensão e conhecimento para a geração que está a crescer.
Aqui escrevo a trajetória de vida de uma pessoa muito Especial em minha vida! Meu Pai!
Escrever essa história não foi fácil, pois faço parte dela também;
Uma homenagem ao meu pai, que merece todos os aplausos por sua história de vida;
Um homem batalhador que está a desfrutar dos bons momentos da vida.
Uma pessoa na qual me inspirei para também alcançar meus objetivos;
Aqui fica registrada parte de sua história, que serão mostradas lidas pelos seus bisnetos e Tataranetos.
Egizele Mariano da Silva-Agosto-2024
Uma linda história escrita por Egizele Mariano da Silva ao pai Clemencio Mariano da Silva.
Agosto/2024
CLEMÊNCIO MARIANO: Nasceu no dia 10 Dezembro de 1956, indígena da etnia Terena, filho de Adolfo Mariano da Silva e Cecília Lopes, Veio para a Reserva Indígena de Dourados: Francisco Horta Barbosa, em 1966, juntamente com seu pai: Adolfo Mariano e seu irmão, Leonso Mariano, quando tinha 9 anos de idade,; Vieram transferidos pelo SPI, da aldeia de Buriti, para essa aldeia, pois seu pai havia se desentendido com amigos durante um jogo de futebol; Chegando na Reserva, foram levados ao posto do SPI, localizado próximo a Missão Caiuá, permanecendo nesse local por um determinado tempo, naquele período a chefe do posto era uma senhora chamada de Dona Loca, Clemencio relata que não eram bem tratados, pois só
comiam canjica, juntamente com outros indígenas que também estavam instalados no posto, reside atualmente na aldeia Jaguapiru. Algum tempo depois, saíram do posto, seu pai casou novamente, mas não se entendia muito bem com os parentes da esposa, assim o casamento não deu certo, seu pai os deixou na casa de uma família indígena na reserva e foi trabalhar em uma fazenda próxima, ao se instalar e arrumar serviço, voltou para buscá-los, logo, passou a estudar em uma escola muito longe, na qual se deslocavam a pé, Clemencio recorda que na aldeia havia muito mato, a noite era uma escuridão tremenda, sempre passeava na aldeia na casa de conhecidos, que, devido a distância, percorriam um longo caminho a pé, andavam cochilando pela estrada de tão cansados que estavam; Aqui na reserva sempre visitavam uma senhora chamada Rosa, próximo a casa dela, seu pai construiu uma casa e moraram por um tempo, depois se mudaram para um lote próximo ao córrego Jaguapiru, o terreno abrangia a divisa do córrego até o espaço próximo ao cemitério, era uma área muito grande, seu pai Adolfo residiu nesse lugar por um bom tempo.
Clemencio recorda que a vida era difícil, mas apesar da escuridão noturna na aldeia, e a imensidão das matas, não havia tantas violências, relata que o lanche na escola era só mandioca, a escola era muito longe, durante o percurso, tanto na ida quanto na volta, chupavam muito coquinho, amenizando a fome enquanto caminhavam; Tem boas recordações de sua juventude, de amizades formadas nas partidas de futebol, de muitos parentes indígenas que visitavam na reserva, conheceu o modo de vida das famílias Kaiowá, que antes, não moravam perto, pois as casas eram distantes umas das outras e eles mudavam de lugar, com frequência, não havia separação de etnia, vivenciou a cultura Kaiowá, porque morava próximo a essas famílias, participou de danças do povo Kaiowá, observava a comunidade preparando a chicha e quando estava pronta os parentes chegavam com caneco e tomavam com muito gosto, dançou chicha com os parentes kaiowá, e segundo ele, eram todos gurizadas que se divertiam, disse que sabe dançar até hoje, sente falta do amigo já falecido, que sempre conversava na língua terena, o primo Celso Mamede, agora não se comunica tanto na língua Terena, pois muitas coisas já esqueceu, mas compreende quando ouve alguém falar na língua Terena, como na reserva a comunicação é mais no português, a língua materna foi ficando de lado.
Apesar de conviver com o pai, sentia-se muito sozinho, tem muitas experiências a relatar, aprendeu a se virar sozinho, e hoje manter a família reunida é um prazer e se orgulha de tudo que conquistou.
IRMÃOS E AMIGOS:
Clemencio destaca em seus relatos que cresceu sozinho e que a vida lhe ensinou muitas coisas, sem a presença da mãe, desde pequenos ele e os irmãos aprenderam a se virar, trabalhando desde muito cedo, seu pai era alcoólatra, logo, a relação familiar não era muito boa, pois a casa de seu pai estava sempre cheia de pessoas, assim, os irmãos cresceram, casaram e seguiram suas vidas, sempre mantendo contato um com outro, o irmão Leonso Mariano, também reside na Reserva Indígena de Dourados, sua irmã Luiza Mariano reside em Sidrolândia;
Durante a vida na reserva, fez muitas amizades e fazia questão de reunir os amigos nas datas comemorativas para saborear aquele delicioso churrasco, como também visitava os amigos para bater um papo e tomar um tereré.
Muitos de seus amigos de partidas de futebol, de rodas de conversa e tereré, já partiram, restando apenas boas recordações de bons tempos em que viveram, outros encerraram a vida de atleta e não tiveram mais contato, as vezes se encontram na reserva, mas não os visitam, o trabalho e a correria do dia a dia distanciou as amizades, ficando apenas os familiares.
Quando se casou, idealizou uma vida familiar diferente de tudo que viveu, com uma família grande e unida, aos poucos foi vencendo a dor de viver sem os cuidados da mãe, com um pai ausente e longe dos irmãos,.
O tempo passou, seu pai faleceu em 15 de Abril no ano de 2008 de insuficiência respiratória, agora busca passar o tempo com os irmãos, sempre que possível visita a irmã ou ela vem visita-los, pois agora tem condição, antes era difícil até o dinheiro da passagem, agora ambos possuem uma vida melhor e condições para se encontrar com mais frequência, os filhos já estão adultos, não há preocupações o momento é de curtir a vida..
SERVIÇO MILITAR: Todos os brasileiros são obrigados ao Serviço Militar, conforme previsto no Art. 143 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, desta forma Clemencio Serviu o quartel, em Bela Vista, 1975, ao se Alistar, foram levados de caminhão em uma longa viagem, nada confortável até o quartel.
Passou todo o tempo enquanto serviu o quartel hospedado no mesmo, retornando no final do exercício.
No exército aprendeu muita coisa, como também fez muitas amizades, um de seus amigos é o Darci o vendedor de Sonhos na Reserva;
Relata muitas histórias que vivenciou no quartel, um período de boas recordações e aprendizados, menciona que quando serviu o quartel os procedimentos e ensinamentos eram diferentes, os jovens recebiam penalidades severas.
Menciona que Todos os jovens deveriam passar pelo quartel para aprender a respeitar os mais velhos e as pessoas também.
ESPORTE E LAZER: Em 1975, Clemencio Mariano iniciou sua vida esportiva, participando de jogos na comunidade, naquele tempo, o futebol de campo era o esporte favorito e mais praticado na Reserva Indígena de Dourados, não se importavam de jogar o futebol no campo de terra, o primeiro time em que participou foi o da Associação, treinavam aos finais de tarde e aos finais de semana, participavam de campeonatos dentro e fora da reserva, o esporte passou a ser diversão e lazer.
Foi na beira dos campos da reserva que fez muitas amizades, teve amigos que fizeram parte de sua trajetória de vida, que os ajudavam em mutirões e sempre que precisavam se organizavam e ajudavam os parceiros, na casa de Clemencio não faltava a roda de tereré fresquinho para análise e possíveis estratégias de jogo, os troféus de cada partida vencida ficavam expostos em uma prateleira improvisada na sala, motivo de admiração e orgulho pela conquista de cada um deles; O uniforme, o meião e a chuteira já ficava no jeito para as partidas do final de semana, a correria do dia a dia não impedia os treinos da semana, a distância não era empecilho para chegar aos campos. Aos finais de semana, pegava a sua bicicleta, até mesmo a carroça enchia de jogadores e se deslocava, percorrendo quilômetros, até o campo da Missão, para praticar seu esporte favorito;
A dedicação e o talento nos jogos o levou a participar de grandes eventos esportivos, além de aprimorar os conhecimentos na área.
UMA NOVA VIDA SE INICIA: Deus já sabia como seria, escolheu uma esposa para que não ficasse só, casou com Atanazia da Silva, filha de Antônio da Silva e Doralina Machado, logo, para alegria da família vieram os filhos, formando uma linda família, com cinco mulheres e dois homens; A vida de casado não foi fácil, trabalhou muito no cultivo de roças e como vendedor na feira livre para garantir o sustento da família, naquele período as coisas não eram fáceis de se conseguir, a cidade era longe e os meios de locomoção eram difíceis. Clemencio, sempre foi um homem trabalhador, muito dedicado e eficiente, trabalhou com carteira assinada na construtora Irmãos Saldiva em 1976, permanecendo por 1ano e meio na construção de casas e prédios, onde aprendeu a profissão de pedreiro, uma função que o ajudou a conquistar muitas coisas, trabalhou na chácara do Japonês Ceiú, próximo a Missão Caiuá.
Aprendendo tudo sobre o cultivo de hortaliças, por onde passava, todos os patrões elogiavam o seu desempenho e dedicação no trabalho, em seguida passou a trabalhar com O Zé Oshiro, com cultivo e venda de hortaliças na feira de Dourados, passando a ter a sua própria banca, onde vendia de tudo que cultivava na roça tradicional, como: mandioca, milho verde, batata doce, feijão de corda, abobrinha, abóbora, etc. Todos os finais de semana, de sábado a domingo permanecia na feira;
Do Cultivo da mandioca, também tirava uma renda, realizando entregas na mercearia Oshiro, entregando várias caixas de mandioca, semanalmente, permaneceu nesse trabalho por 10 anos, passando a cultivar muitos produtos na roça tradicional, arrendou terras para realizar o cultivo de arroz, milho, rama de mandioca, feijão, batata doce, amendoim, abóbora, cultivava uma vasta plantação de arroz, todos os produtos eram para venda e sustentabilidade da família, o arroz depois de colhido, uma parte já era separada para socar no pilão para o preparo no almoço.
Naquele período o alimento tradicional não faltava, mas era difícil para adquirir outros produtos como o sal, açúcar, mistura(carne), sabão, pasta de dente, roupas e calçados, então, o dinheiro era essencial para que não faltasse esses produtos, mesmo assim, a vida era difícil, Clemencio tinha que trabalhar duro para que no tempo certo tivesse o produto para venda na sua banca e entregar no comércio, em tempo de seca, a situação ficava complicada, as vezes as estações não eram favoráveis, muita chuva, ou muito sol, sendo assim, conhecia o tempo certo de cada cultivo, isso era importante para o plantio, pois era uma garantia para não faltar os alimentos.
Com a graça de Deus os filhos estão crescidos, a família é extensa, e agora desfruta dos bons momentos que a vida lhe proporciona.
EM BUSCA DO LAR IDEAL: Clemencio e sua família foram vivendo em lugares diferentes até encontrar uma morada ideal para sua família, logo que se casou levou a esposa para morar na casa de seu pai, mas a convivência entre nora e sogro não deu muito certo, então foram morar em uma casa de sapé no fundo da casa dos pais de sua esposa, depois de lá, comprou um tereno e foram para um novo lugar que também não deu certo por estarem longe da família, então foram morar no tereno de um tio da esposa, ao lado da casa dos sogros onde moraram por um tempo, representada na 1ª foto; Com o passar dos anos a família foi aumentando, os filhos foram nascendo, crescendo, logo conseguiu negociar um segundo terreno, representado na 2ª foto, próximo a BR para facilitar o acesso a cidade, construiu sua casa de madeira, organizou o espaço plantando árvores frutíferas e assim o local se transformou em um mangueiral, foi comprando ao redor, formando um bom espaço de cultivo, antes era fácil adquirir um terreno, a negociação era a base de trocas, se tivesse algo do interesse do vendedor, como telha, tijolos, bicicletas, a negociação acontecia, o terreno anterior passou a ser somente de cultivo, um lugar chamado de roça. Clemencio reunia toda a família e levava para ajudar nas tarefas na roça, capinar o arroz, o milho, depois realizava a colheita dos alimentos, tinha serviço todo dia, todo o tempo.
Bons tempos em que o trabalho na infância era diversão e aprendizagem.
Assim aos poucos foi idealizando a sua casa, o quintal, o pomar, a rocinha tradicional, como em toda roça terena, tem de tudo um pouco, o espaço de criação dos animais, porco, galinha e cavalo.
Com o passar dos tempos foi necessário podar os pés de manga que estavam muitos próximos da residência, com muita dó mais necessário o fez, pois antes tinha que buscar manga nos vizinhos, agora há muitos frutos; com o desenvolvimento da reserva foi necessário cercar em volta da residência para segurança da família, agora um lar acolhedor.
RECANTO DOS IPÊS BRANCOS: Aos poucos Clemencio foi construindo a tão sonhada casa de alvenaria, fez o orçamento, comprou parte do material, fez a planta da casa e iniciou a construção da primeira parte, três peças, como a situação financeira não era boa, trabalhava o dia todo e quando sobrava um tempinho trabalhava na construção da casa, concluiu a primeira parte e iniciou a segunda parte da casa, um processo demorado, quem olhava para a construção não imaginava como seria, cada parte representa uma conquista, agora há uma casa linda e acolhedora.
Os filhos cresceram, seguindo seus destinos, a casa construída para os filhos ficou cheia de quartos, que não ficaram vazios, os filhos casaram e muitos passaram por esses quartos, até ter seu próprio cantinho, um bom pai, nunca deixa seus filhos na mão, os acolheu em sua humilde casa e para cada filho, deu um lote para começar a vida, sempre menciona o que fez pelos filhos, pois é o que não tivera, fez isso com amor aos filhos, para que pudessem ter seu cantinho e construir a sua vida, cuidando e zelando como ele fez em sua propriedade; Lutou para adquirir seu lote, construiu sua casa com muito suor, passando por muitos apuros na casa de madeira, com telhados quebrados, que quando choviam, surgiam as biqueiras, os buracos nas paredes soavam o vento frio nas noites geladas, além dos insetos que apareciam; És um pai que sempre está apoiando os filhos quando precisam, dentro das suas condições, ajudando no plantio, na limpeza do terreno e na construção da casa dos filhos e na questão financeira;
Na foto ao lado é possível perceber a lindeza dessa entrada, da residência da família Mariano, um lar acolhedor, um lugar de encontros e reuniões comemorativas, um lugar organizado por ele, o chefe Clemencio Mariano, um lugar que nomeamos de recanto dos Ipês Brancos, uma árvore admirada por sua beleza e floração;
No tempo de floração do ipê branco até o céus ficam esplêndido, e a grama verdejante, Clemencio tinha um desejo inusitado, e no amanhecer do dia, chamou a neta para fotografar essa belezura, então subiu ao alto do portão e se posicionou em frente a árvore, para registrar essa beleza natural, um presente para a família, visando o reflorestamento na reserva, passaram em frente das residências entregando mudas de árvores para o plantio, assim a família recebeu as mudas de ipês, que foram plantadas na parte da frente do terreno e depois de muito tempo eles cresceram e enfeitam a entrada da residência, com suas flores, um espetáculo que se resume em gratidão, por anos de trabalho e dedicação.
CULTIVO DE ROÇAS:Clemencio sempre trabalhou com cultivo de roças para a sustentabilidade da família, e contava com ajuda dos filhos e esposa, todos colaboravam nas tarefas na roça, bons tempos em que o trabalho na infância era diversão e aprendizagem, na roça era necessário capinar o arroz, o milho, a rama da mandioca e depois realizar a colheita dos alimentos, tinha serviço todo dia.
Em tempo de colheita do milho, fazia pamonha, curau, bolo, assava o milho na beira do fogão á lenha, com a mandioca se fazia a farinha o polvilho e bolo.; As enxadas já eram feitas e conforme a idade dos filhos, que ajudavam e aprendiam tudo sobre o plantio, a capinar, colher, ajudar na revenda dos produtos e na preparação dos alimentos;
Antes o trabalho era constante, com o passar nos anos, foi trabalhando em outros setores e o trabalho na roça foi diminuindo, até o memento em que se tornou profissional efetivo da prefeitura municipal de Dourados-MS, passando a cultivar apenas a roça tradicional, próximo a sua residência, cultivando o básico, como: milho, mandioca, banana, cana, abacaxi, amendoim, produção apenas para o consumo da da Família.
REPRESENTANDO A RID NOS JOGOS: Clemencio Mariano participou de Jogos indígenas Estaduais, Nacionais e Mundiais, representando a Reserva Indígena de Dourados, Francisco Horta Barbosa; O I Jogos Abertos Indígenas ocorreu em Campo Grande, A solenidade de abertura foi realizada no dia 26 A 29 de de abril de 1995, e contou com a participação de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, então ministro Extraordinário dos Esportes, ocorre a primeira participação de Clemencio como Atleta.
O II Jogos Abertos Indígenas de Mato Grosso do Sul, aconteceu de 26 a 29 de Setembro no ano de 1996, no município de Dourados-MS Clemencio participa mais uma vez, como atleta. Participaram do evento indígenas de várias nações sendo 250 homens e 50 mulheres entre Guarani, Guató, Caiuá, Terena, Ofaié-xavante e Kadiwéu e lá estava Clemencio Mariano e os atletas indígenas representando a RID, recebendo algumas medalhas e premiações das provas tradicionais da cultura indígena, como arco e flecha, arremesso de lança, bodoque (espécie de estilingue) e travessia de lagoa, Houve ainda provas de atletismo e vôlei, cabo-de-guerra, futebol de salão, futebol de campo e pesca em barranco, com premiação para os três primeiros colocados em provas individuais e por equipes.
O III Jogos Abertos Indígenas de Mato Grosso do Sul, aconteceu no Município de Miranda-MS no período de 09 a 14 de agosto de 1997, Clemencio participa como atleta, logo depois surge os Jogos Indígenas do Mato Grosso do sul, o III Jogos dos Povos Indígenas do MS, aconteceu em 2000 de 15 a 21 de outubro em Marabá, Pará, participou como coordenador de esporte, em 2001 aconteceu o IV Jogos indígenas do Mato Grosso do Sul, no município de Caarapó, aqui ele representa a equipe Guateka da Rid, Clemencio participa do V jogos dos Povos Indígenas do Mato Grosso do Sul que aconteceu de 14 a 21 de Setembro de 2002 em Marapanim-Pará, O VI Jogos Indígenas, aconteceu em Palmas Tocantins no ano de 2003,
O VIII Jogos indígenas de Mato Grosso do Sul, Clemencio participou como coordenador de Equipe, no período de 25 de Abril a 1º de Maio de 2005 no Município de Caarapó/MS.
Ao participar dos jogos Clemencio conheceu indígenas de todo os lugares, de diferentes etnias, uma oportunidade de mostrar os talentos praticando jogos tradicionais indígenas, como também uma oportunidade de valorizar a cultura indígena e representar os povos indígenas de Dourados MS. o Comitê Intertribal Indígena começou a realizar a competição entre os povos indígenas brasileiros em 1996, com o auxílio do Ministério do Esporte, que tinha Pelé como ministro à época, assim a reserva indígena tem a oportunidade de representa-la em diversos lugares.
PARTICIPAÇÃO:JOGOS INDÍGENAS
A participação nos jogos possibilitou conhecer outros lugares e as belezas culturais de outras culturas indígenas, passando a valorizar ainda mais a sua cultura local, além de incentivar a comunidade para a prática de esporte, acompanhando e auxiliando na seleção dos atletas que participavam dos jogos, os participantes ao perceber as habilidades dos outros parentes, passaram a treinar e questionar alguns quesitos, pois na reserva indígena de Dourados, a comunidade não tem a prática de canoagem, não pratica a caça e o arco e flecha passou a ser apenas uma modalidade tradicional, uma preocupação dos atletas e interesse da comunidade local em realizar os treinamentos para ter uma boa classificação, assim ao participar dos outros eventos, já estavam preparados, inclusive com trajes típicos adequados, adornos e pintura corporal.
No ano de 2000 Clemencio Mariano da Silva participa como coordenador de equipe, da terceira edição dos jogos dos povos indígenas, que ocorreu nos dias 15 á 21 de outubro, ocorrendo na cidade de Marabá Pará. Um total de 30 etnias com 900 indígenas
participantes, um intercambio cultural.
No ano seguinte, em 2002, foi realizada na cidade de Marapanim o quinto evento dos Jogos dos Povos Indígenas, ocorrido de 14 a 21 de setembro.
Os Jogos dos Povos Indígenas no ano de 2003, sua sexta edição, foram realizados na cidade de Palmas, Tocantins, nos dias 1 a 8 de Novembro. Neste momento, sete novas etnias participaram pela primeira vez; Em 2004 os jogos indígenas foram realizados na cidade de Porto Seguro, Bahia. a oitava edição, aconteceu na cidade de Praia de Iracema, Fortaleza Ceará.
TÉCNICO DE FUTEBOL E COORDENADOR DO ESPORTE NA RID:
Buscando aprimorar os conhecimentos, participou do curso de arbitragem de futebol e monitor de eventos em 2003, de jogador, passou a atuar como técnico de equipes, organizando seu próprio time, participando dos campeonatos que aconteciam na aldeia, buscava orientar a equipe da melhor forma possível, realizando treinamentos para obterem um bom resultado, com o passar dos anos, passou a j atuar como árbitro e coordenador de jogos indígenas que aconteciam fora da reserva.
Tornou-se coordenador geral dos Esportes na Reserva Indígena de Dourados, em sua gestão organizou grandes campeonatos na aldeia Jaguapiru, os jogos eram realizados no Campo Emílio Silva, local que era muito bem cuidado por ele, fez o plantio de grama em parte do campo, organizou o espaço com cobertura e bancos para os torcedores não ficarem expostos ao sol, passado os jogos no final de semana, recolhia todos os materiais recicláveis e lixos deixando o ambiente limpo, antes de iniciar os jogos também fazia a limpeza e fazia a marcação do campo, era uma atividade voluntária que realizava com muita satisfação, pois era o que mais gostava de fazer, porque o esporte na reserva é uma das principais atividades de lazer, e os campeonatos realizados atraia a comunidade que sempre estava presente para prestigiar e torcer, dessa forma, também fazia sorteios para a torcida; Em reconhecimento por sua atuação, recebeu o certificado de destaque de 2018, na categoria de melhor Desportista; Atuou na coordenação dos jogos na comunidade na Reserva, até o ano de 2022, realizando torneios e campeonatos.
Clemencio Mariano, tem história no esporte da reserva Indígena de Dourados, através de suas ações e sua trajetória no esporte, mobilizou a reserva nas atividades esportivas, atividades recreativas, desenvolvida pela comunidade como lazer e recriação, desta forma, fez muitas amizades, tornando se popular na comunidade.
Antes de encerrar a carreira de jogador, Clemencio participou dos jogos no time dos veteranos, jogou pouco tempo, pois os joelhos precisavam de cuidados, uma cirurgia para fortalecer as articulações.
O tempo de jogador já se foi, agora fica assistindo, torcendo pelos colegas.
AGENTE PATRIMONIAL:
Clemencio Mariano da Silva, buscava trabalhar para o sustento da família, não havia concluído os estudos, mas quando surgiu uma oportunidade agarrou-a, concluindo o ensino médio no ano de 2000.
Nesse mesmo ano fez o concurso de Agente Patrimonial, realizado pela prefeitura municipal de Dourados, foi aprovado, tomando posse no dia 26/05/2000, passando a atuar no posto de saúde da Aldeia Jaguapiru.
Realizou-se o momento tão esperado, a efetivação em um serviço público, foi um momento de satisfação, pois passou a ter um emprego fixo, não mais temporário, não mais no contrato, uma segurança financeira para a família; Uma conquista que foi resultado de muita dedicação, pois, após realizar a inscrição, verificou no edital o que precisava estudar, solicitou ajuda a uma de suas filhas para explicar os conteúdos, a filha então, selecionou os conteúdos e montou uma apostila, com toda a sequencia explicativa com exemplos de exercícios, entregou ao pai, para que estudasse em casa,sendo uma estratégia que deu muito certo.
Depois de alguns anos Clemencio recorda para a filha, que o ajudou na sua efetivação, dizendo ser grato por sua ajuda, pois contribuiu com a sua efetivação profissional, assim, passou a trabalhar como vigia no período noturno, com escalas alternadas e direitos a férias, passando mais tempo com a família, podendo cuidar da pequena roça tradicional e ainda fazer algumas diárias.
Assim a vida foi melhorando, aos poucos foi se aperfeiçoando no trabalho, participou do Curso de Capacitação Técnica em Vigilância Patrimonial em junho de em 2013, constando apto para o trabalho, depois de algum tempo foi homenageado na Câmara Municipal de Dourados pelos serviços prestados a comunidade; Em 18 de junho de 2024 todos os vigilantes Patrimoniais foram homenageados novamente, pela Missão incansável de defender o patrimônio e a vida com força, coragem e dedicação.
CONSTRUÇÃO DE MORADIAS NA RID
Clemencio Mariano participou do primeiro projeto de construção de moradias para as famílias indígenas, uma ação desenvolvida por turistas estrangeiros que visitaram a RID, comovidos com a situação de vulnerabilidade social das famílias indígenas da reserva, enviaram recursos para construção de moradias, as casas que foram construídas eram de madeiras com cobertura de sapé, buscando manter a originalidade das moradias indígenas, o projeto atendeu algumas famílias em situações precárias.
Em 2005 iniciou o projeto Estrela Arapoty, um projeto de habitação indígena que beneficiou 200 famílias indígenas, sendo 110 da aldeia Bororó e 90 da Aldeia Jaguapiru, uma ação da Prefeitura municipal de Dourados juntamente com o Governo Federal, caixa Econômica e FUNASA, foram selecionadas, famílias que se encontravam em situações de elevado grau de precariedade , residindo em barracos de lonas, as casas passaram a ser de alvenaria, visando uma maior durabilidade, uma ação que oportunizou a mão de obra de muitos trabalhadores indígenas, inclusive a Clemencio Mariano que foi contratado por suas habilidades como pedreiro e por conhecer a comunidade local.
CLEMÊNCIO MARIANO TRABALHANDO NA CONSTRUÇÃO DAS CASAS DAS FILHAS:
Nem todos tem o privilégio de ter um pai pedreiro, as filhas tiveram, pois Clemencio se dedicou na construção das casas de seus filhos, de alguns fez a casa por completo, de outros algumas peças, estava sempre disposto a ajudar os filhos.
BRASIL ALFABETIZADOR-MOVA
ORIENTADOR DO MOVA: Em 2004 passou a atuar como orientador do Programa Brasil Alfabetizado-Mova, substituindo a filha Egizele que estava de licença maternidade, o programa MOVA-Brasil criado por Paulo Freire, tinha como finalidade a inclusão social e a garantia do direito humano à educação, a redução do analfabetismo no Brasil de Jovens e Adultos.
O programa passou a ser desenvolvido na reserva, sob a orientação de alguns indígenas que supervisionavam o trabalho de monitores indígenas, assim, participavam de formações e capacitações, como também de reuniões e encontros mensais.
Clemencio Participou representando a Reserva indígena de Dourados, do 5º Encontro Nacional do MOVA-BRASIL, com o tema “MOVA-BRASIL, tecendo a Educação Popular Libertadora: política pública e diversidade”, no período de 9 a 11 de junho de 2005 em Brasília/DF, juntamente com a filha Emislene Silva Mariano que atuava como professora monitora, na aldeia Jaguapiru, muitos adultos se interessaram em participar do programa, pois sentiam vergonha por não saber ler e registrar o próprio nome, dessa forma, participaram das aulas e ficaram felizes por aprender a escrever o nome, apesar da idade, uma ação que acreditavam ser impossível.
No encontro, participaram das discussões e realizaram apresentações culturais, demonstrando a cultura do povo indígena de Dourados-MS.
Em Julho de 2005 em Dourados-MS, participou da Formação Inicial para Alfabetizadores do Programa Brasil Alfabetizado, como sempre dedicado no que faz, participou de todas as formações realizando e desenvolvendo a função de orientador.
A família Mariano não é diferente das outras famílias, como em toda família, há intrigas, desentendimentos, mas logo tudo passa e a harmonia toma conta novamente, no início a vida deixou marcas em alguns, que se distanciaram, no entanto o laço familiar é muito forte que os trouxeram de volta, tornando os encontros, reuniões e confraternizações constantes, com um bom churrasco e muita comida, unidos pelo laço familiar, agora, além dos filhos, 7 filhos há os genros, que puxam saco do sogro, 21 netos e 12 bisnetos, cada qual com seu jeito de ser e com seu jeito de amar, a cada dia vivendo e aprendendo com o pai e avô Clemencio.
Como um pai autoritário, criou os filhos, do seu jeito, era difícil ouvir falar de sua infância, de seu pai ou de sua mãe, assim os filhos não o perguntavam, mas a ausência de sua mãe o deixou marcas, que só foram reveladas agora, as vezes um filho não compreende os pais, por não conhecer a sua história de vida, agora é possível compreender as razões que os fazia agir com tanta dureza, surgindo a dificuldade de interação com a família; Com o tempo as festas passaram a ser organizadas visando reunir a família, momentos de refletir pelas aflições passadas, momentos de agradecer a Deus pela vida, pelas conquistas;
Clemencio, sempre destaca para a família, que a vida que tem agora é de muita fartura, de facilidades, com água, energia, locomoção e acesso a escolas próximas, relata que a vida que os netos vivem não chega perto do que os filhos passaram, as filhas passavam o dia lavando roupas no córrego, as vezes puxando água do poço, e sempre menciona a dificuldade que vivenciou para não deixar faltar alimentos em casa, para as filhas irem á escola; Clemencio sempre foi de guardar peças, ou materiais que poderiam lhe ser útil, assim colecionava peças de bicicletas, e delas montava outra, que era chamada de magrela de tão feia que era, a bicicletas que as filhas usavam para ir á escola Francisco Meireles, chorava todo percurso, de casa até a escola. Aos 66 anos de idade, passa mais tempo com a família, o futebol foi muito bom para ele, mas o distanciou da família nos finais de semana, em que passava realizando campeonatos, agora a vida vai ensinando, pregando lições, cada filho é especial em sua vida; tem uma família disposta, pronta para um churrasco a qualquer hora, unida para realizar um mutirão familiar e solidária para ajudar um ao outro.
Uma família com altos e baixos, uma família feliz.
Família Mariano vivendo cada momento:
Embora nada seja eterno, tudo que cuidamos dura mais;
A Família está sempre junta na alegria e na tristeza, um dando força ao outro;As confraternizações familiares, resumem momentos de alegria, de muitas risadas e momentos de ouvir os relatos de vida de cada um...
Nessa família não se resolve os problemas de todos, mas socializa-se as possíveis soluções, há aqueles que ouvem, há aqueles que não querem ouvir, aqueles que só choram, outros solicitam conselhos, mas quando o pai fala é porque já observou muita coisa, e encontrou o momento certo para falar, mesmo que não seja para a pessoa que tem que ouvir.
Aconteceu no dia 13 de Abril de 2024, a II Assembleia do Povo Terena da Reserva Indígena de Dourados-MS, um encontro do povo Terena de valorização da cultura Terena e de homenagens aos anciões que residem na Reserva Indígena de Dourados, anciões que carregam consigo lindas histórias, nos quais relatam suas trajetórias de vidas vivenciadas, que demonstram como era a reserva no início, antes e depois de sua demarcação, Clemencio Mariano da Silva foi homenageado por sua atuação e por representar os anciões Terenas da RID, A família Mariano marcou presença prestigiando o evento.
MOMENTOS DE COMEMORAÇÃO NA FAMÍLIA
Reuniões Familiares: Reunir a família é motivo de alegria, seja no almoço ou na janta ou o dia todo, não há tempo ruim, para quem tem boa vontade, assim o fogão a lenha feito por Clemencio tem sido muito utilizado e as panelas tamanho família não podem faltar.
A vida ensina, que é importante aproveitar cada momento, seja em um almoço ou para tomar um tereré, é importante esses momentos maravilhosos para se interagir com a família, pois o trabalho tem roubado a maior parte do tempo.
O CANAVIAL E A GARAPA
Quando Clemencio coloca uma ideia na cabeça, analisa, olha aqui e ali, logo começa a colocar em prática, assim aconteceu com o canavial, começou plantando algumas mudas de cana, logo elas cresceram formando um canavial, e logo lhe veio a mente de comprar um moedor de cana para fazer garapa para a família, assim, comprou idealizou um lugar, instalou o equipamento e fez o teste, o resultado foi delicioso, uma garapa geladinha, feita na hora, não tem coisa melhor, um exercício manual para os braços, mas que a família adorou.
Agora quando a família quer tomar garapa é só ir na casa do pai, retirar a cana, prepara-la e moer, os netos adoram, além de ficar calminhos.
Quando o canavial está vasto, parte dele é vendido para pastagem de animais, uma renda extra adquirida.
NA CASA DO VÔ CLÊMENCIO TEM BRINCADEIRA E DIVERSÕES:
SE TEM BOI TEM CHURRASCO!
FILHOS:
Filha Elisandra Mariano da Silva 04/09/1977
Eu agradeço a Deus por ter um pai maravilhoso.
Muitos queriam ter um pai como eu tenho! mas infelizmente foram cedo...
Muitos choram nesse dia e não podem dar um abraço em seu pais como eu;
Quero te dizer pai: Muito obrigada Por Tudo! hoje sou uma mulher grata, por ter um papai que sempre esteve presente em minha vida, desde o dia em que nasci ate hoje muito obrigada !
Sua Filha Elisandra
Filha Egislene Silva Mariano
Filha Emislene Silva Mariano 06/02/81
Filha Egizele Mariano da Silva 30/04/1983
Egizele Mariano da Silva, sou a filha numero 4, serei eternamente grata ao meu pai: Clemencio Mariano da Silva, por tudo que fez e faz por mim e pela nossa família; Apesar da infância sofrida, faço questão de guardar somente as boas memórias, como: quando eu acompanhava nas tarefas na roça, focada na capinagem pois queria mostrar resultado, quando aguardava sua chegada da cidade com aquele delicioso pão recheado, quando passava horas servindo tereré aos seus colegas de futebol, quando o natal se aproximava e nos levava na loja para comprarmos calçados, quando todos saiam e a minha preocupação era com o seu almoço, com a sua água fresquinha no copo de alumínio, quando nos despertava cedo para que tomássemos conta dos serviços da casa, quando aos 12 anos de idade, já fazia entregas na Mercearia na cidade, ainda bem que o pretinho, nosso melhor cavalo, conhecia o trajeto, são lições que levei para vida, de forma construtiva, que fez quem sou hoje; Gratidão por tudo que vivi, um bom pai repreende o filho para o seu bem, no entanto agradeço pelos dias em que tive que trabalhar no sol quente, nos dias chuvosos, arrancando e encaixotando mandioca, me possibilitou uma reflexão de que teria que estudar para trabalhar na sombra e ter uma vida melhor, e muitas vezes eu quis desistir, mas o senhor não deixou, com a sua autoridade me dizia você vai, assim fui, e se não tivesse insistido, talvez a minha vida não seria essa, somente quando se é pai ou mãe é que se compreende as lições da vida, hoje compreendo as broncas, as repreensões, os castigos, que eram para o nosso bem, gratidão meu pai por tudo, somente agora entendo, a vida que passou e porque era tão reservado, hoje és um homem que valoriza a família e as boas amizades.
Sempre buscava lhe mostrar que eu tinha capacidade e estava pronta para lhe ajudar, e um dia sai debaixo de suas asas, buscava uma vida diferente, então percebi que tinha um lar acolhedor e um pai em que eu era o braço direito, não consegui viver longe de vocês, mas o senhor, me trouxe de volta, me deu um terreno, construiu a casa que eu idealizei, fez o que naquele momento eu não teria condições de fazer, hoje eu tenho um lar e estou perto de ti novamente, para cuidar de vocês, pai, mãe e irmãos, demorei para perceber que essa era a minha missão e agora faço isso com grande prazer, as vezes penso que não vou dar conta, mas quando olho e vejo o quanto caminhamos, o quanto passamos juntos para desfrutarmos dessa vida hoje, as minhas energias recarregam e assim caminhamos, um ajudando o outro, as vezes choramos juntos, damos risadas, as vezes também fico meditando o quanto Deus tem sido bom conosco, somos parecidos, não gostamos de ficar parados; Antes de dormir agradeço a Deus por tudo que alcançamos e fico pensando no que há de vir, durante o dia a rotina diária não me deixa parar, somos assim, gostamos das coisas certas e organizadas, tudo no seu tempo.
Moro ao lado e quando acordo, antes de fazer o café abro a janela e vejo como está a casa do vizinho, se já acordaram ou ainda dormem, meus olhos atentam, vigiam seus passos, e me preocupo com os cabelos grisalhos decorrentes da idade, que nos representa ser um homem forte que desfruta de boa saúde, tenho medo e choro em pensar, se algum dia saberei viver sem vocês.
Te amo Pai, obrigada por tudo, qualquer coisa estou aqui do lado.
Sua Filha Egizele.
Filho Alex Mariano da Silva 20/02/89 a 25/12/23
Acreditamos que para tudo há um propósito debaixo dos céus,
Sua Jornada aqui na terra foi passageira;
Sentimos saudades,
Agora falta uma parte de nós, que jamais será preenchida;
Aqui seguimos, com a dor da saudade e a tristeza de não poder vê lo.
Sempre lembraremos desse seu sorriso e dos bons momentos que passou conosco...
Descanse, pois aqui continuamos...
Esperando, o grande dia para nos vermos novamente.
Te amamos!
E nossa última conversa, você disse: “ Obrigada por tudo!”
Fizemos por ti, o que uma família faz! Fique em paz!
Alex Mariano Nossa Saudade Eterna.
Filha Tanize Mariano da Silva 14/07/1991
Pai feliz dia dos Pais.
Te amo obrigado por tudo!
pra mim é um privilégio ser sua filha, O senhor tem uma história linda de vida e Graças a Deus ele permitiu que o realizasse todos os seus sonhos e chegar até aonde chegou...
Obrigado meu pai, por ser um super avô, sempre faz de tudo para seus netos.
Obrigada Deus por nos proporcionar momentos Maravilhosos assim.
Filho Sander 24/12/1994
Um homem Vaidoso, sempre cuida de seu visual, Clemencio sempre cuidou de sua aparência e quando os cabelos começaram a ficar grisalhos logo deu seu jeito, mas a idade chegou, ficando difícil disfarçar os cabelos brancos, que vem retratar o quanto já trabalhou e o quanto já viveu, como ele mesmo relata, que toda vez, antes de dormir, fica pensando o quanto batalhou nessa vida, e sente grato a Deus por tudo que alcançou.
Um sonho idealizado:
Clemencio, sempre batalhou para comprar tudo que precisava, assim aconteceu, quando comprou seu cavalo, sua carroça, sua bicicleta, antes, quem tinha um meio de locomoção era considerado bem de vida na comunidade, pois o preço dos mesmo eram muito altos, recordo, quando comprou em várias parcelas a sua primeira bicicleta de marcha, momento de satisfação, como também quando comprou a sua primeira moto usada, um sonho muito distante devido as condições financeiras da família, era o único com uma renda fixa na família, passando algum tempo, se organizou e iniciou o pagamento de um consórcio de uma moto nova, regularizada, assim o fez e logo foi contemplado, a bicicleta ficou de lado, passando a adquirir mais uma renda de Moto Táxi da RID, assim continuou trabalhando e sempre teve o desejo de ter seu próprio carro, mais os valores eram muito alto, e no ano de 2023, seu sonho, idealizado se realiza, agora com carteira AB, viaja por todos os lugares, desfrutando da vida, isso demonstra o quanto devemos lutar e ir em busca de nossos objetivos, pois logo, ele pode ser realizado.
Dia dos Pais: dia em que recebeu a homenagem da escrita de sua trajetória de vida. um dia Especial por tantas conquistas ao longo desses anos.
10 de Dezembro 2024 68 Anos.
São 68 anos, de dias alegres, tristes, de dificuldades e aprendizados, segundo ele os desafios da vida foram superados, pois cresceu sozinho no mundo, agora tem uma família, formada pelos filhos, genros, noras, netos e bisnetos, reunir a família e festejar é um grande privilégio, por isso só tem a agradecer á Deus, por tudo que viveu, por
tudo que vives e por tudo que viverás.
Edição Agosto de 2024, postagem/Dezembro/2024, Egizele Mariano da Silva.
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