Comunidade Vida Kaiowá
A comunidade Vida Kaiowá, está localizada na Reserva Indígena de Dourados, Aldeia Bororó; O trabalho na comunidade iniciou em 03 de Novembro de 2007, tendo como representante o Senhor Job da Silva Gonçalves da etnia Kaiowá, que atua com a sua família e mais 17 famílias indígenas, residentes na aldeia bororó; A Comunidade Vida Kaiowá, tem como Lema O Trabalho a União, confiança, respeito e seriedade, surgiu devido aos problemas de desnutrição, desemprego e violências que estavam ocorrendo na Reserva Indígena, muitas famílias não tinham trabalho e por isso estava passando necessidade em casa, não havia alimentos para o sustento das crianças, desta forma o Senhor Job reuniu sua família e vizinhos, formando uma comunidade na qual pudessem cultivar alimentos para a sua própria subsistência, de acordo com o senhor Job, no começo, foi difícil, não entendiam o processo de socialização e não conseguiam se organizar, mas aos poucos foram compreendendo como poderiam trabalham em grupo, a comunidade começou com a produção de mandioca, passando a cultivar o milho, banana, amendoim, moranga, abóbora e feijão, com o apoio da Equipe Saciar, na qual realizaram um acordo com a comunidade de “Juntos e unidos produzir alimentos através do trabalho da terra, para vencer a fome e viver com dignidade”, organizaram uma pequena estrutura formando o Centro Comunitário Vida Kaiowá com pequeno escritório, depósito de equipamentos, casa do sabão, casa de reunião e realização de tarefas, sala de costura, sala de lavagem e empacotadora de mandioca, garagem das carroças, e espaço para a criação de porcos; Todas as crianças estudam e no período oposto realizam as tarefas da escola, colaboram com os pais e depois tem o momento de lazer, com as atividades a comunidade não deixou de valorizar suas tradições, cantam, dançam e agradecem a Ñhandejara pelo Tekohá abençoado que tem.
O trabalho da comunidade é voluntário, não tem apoio de nenhum órgão, está em ação graças a organização da comunidade que dividem as tarefas, realizam a compra comunitária para as famílias, hoje continuam realizando as atividades em conjunto, com um responsável por cada atividade como plantio, cuidados com a plantação, colheita, organização, socialização, prestação de conta, compras entrega dos produtos no comércio da cidade e venda, as mães e meninas ainda aprendem a costurar, fazem cursos artesanais e ainda a produzem sabão sólido e liquido a mandioca cultivada é arrancada, cascada, lavada, embalada e entregue através do meio de transporte que possuem, sendo três carroças, entregam o produto no comércio na Cidade de Dourados e na escola Guateka, no momento a comunidade conta apenas com o apoio da Inflex que disponibiliza as embalagens plásticas, segundo a filha do Senhor Job, Daiane Gonçalves Batista, “ se fossemos comprar as embalagens não teria como pagar fica muito caro, então a Inflex gostou do nosso trabalho e nos doa as embalagens”, desta forma a comunidade realiza as atividades no coletivo, fazem reunião todos os sábados, para organização das ações, nos mostrando que o povo indígena é capaz, é trabalhador e busca a sua própria sustentabilidade, mas as vezes muitas pessoas moram ao lado da Reserva Indígena e não conhecem a realidade, não sabem de nossas lutas, desconhecem as ações existentes, em comemoração aos Cem Anos da Reserva Indígena, destacamos o Trabalho da comunidade Kaiowá, nos provando que há uma comunidade, que supera desafios e está em busca de um futuro melhor para a sua aldeia indígena, uma comunidade que não tem ganância, apenas luta com irmão indígenas por reciprocidade e união.
Organização do texto e entrevista:
Egizele Mariano da Silva, professora de Língua Portuguesa/Coordenadora/2018
Cleber dias, professor de Geografia,
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