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Foto do escritorEgizele Mariano

KIRIRI

KIRIRI

Desde os primeiros meses de gestação a mãe indígena da etnia Guarani, inicia uma agradável conversa com a criança ainda em seu ventre, alisando com carinho a sua barriga, vai dizendo: ‘‘ você vai ser um Kiriri, quando crescer, vai ser bom, calmo e sereno”, a medida que a gestação vai passando, ela vai repetindo a mensagem, sempre buscando uma comunicação com a criança que vai nascer, a mãe se recolhe na solidão dos belíssimos fins de tarde na reserva, quem passa perto, a vê alisando a sua barriga e conversando com a criança ainda em seu ventre.

Na reserva havia uma árvore sagrada, o primeiro banho que a criança recebia ao nascer, era com a infusão de suas cascas, durante o banho, continuava recebendo os conselhos materno, a mãe, massageava diretamente o corpo da criança, afirmando que era um Kiriri, um ser afável e sereno, a árvores sagrada, passava a fazer parte, complementando o processo de formação do Kiriri.

Os pais aconselhavam seus filhos, quando brigavam, chamavam, imediatamente, dizendo: “ vocês não precisam brigar, Por que não conversam? Vocês são Kiriri!”; Aconselhar, conversar e orientar, fazia parte da cultura indígena, pois o indígena era dócil, violência era a pior coisa que poderia acontecer, a visão dos pais indígena, ao criar um Kiriri, era para que, futuramente tornasse um ser sereno se distanciando da violência.


Fonte; Coleção de recortes de jornal, sobre a política indigenista/coleção,CIMI-MS, Jornal O Progresso/1991, texto: Egizele Mariano da Silva/Janeiro/2022.





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