top of page
Post: Blog2 Post
Buscar
Foto do escritorEgizele Mariano

KUNUMI PEPY EM 1993

A FESTA DO TEMBETÁ EM 1993

No dia 22 de Abril de 1993, organizou-se novamente na Aldeia Panambizinho, a Festa tradicional da etnia Guarani Kaiowá o Kunumi pepy ou o Tembetá: o fura lábio, um ritual único em todo o país, na qual só acontecia na aldeia Panambizinho, devido a isso indígena de todos os lugares compareciam para participar da festa. 20 meninos, entre sete a doze anos passaram pelo ritual de perfuração dos lábios, o ritual era realizado na casa de reza, pelo cacique Paulito Aquino, o Tembetá, feito o tembekua era colocado o Tembetá e a criança não poderia sair da casa de reza por 30 dias, o tempo em que durava o ritual, lá dentro seguia a dieta e cuidados da alimentação, comiam basicamente arroz e tomavam chicha, caiyty que é feito de milho, cada mãe preparava com carinho a alimentação de seu filho; Durante a cerimônia alguns indígenas do lado de fora da casa de reza, rezavam e cantavam, os homens dançavam separados das mulheres, os meninos, deveriam permanecer na casa grande para tornarem um legítimo Kaiowá.

No dia 22 de maio os garotos foram retirados da casa e levados pela primeira vez ao terreiro uma área sagrada denominada Okarussu marangatu local onde estava instalado o Ivyra´i Marangatu(altar) para terem o lábio finalmente perfurados, Paulito, separou as mulheres, e os indígenas considerados não legítimos, para não terem nenhum contato com as crianças e impedissem que os espíritos estivessem presentes ao ritual, passando o batismo os garotos foram encaminhados para a casa de reza novamente, onde deveriam permanecer até a madrugada do último domingo dia 30, sob os cuidados de suas mães, com as ervas medicinais providenciavam o tratamento do local perfurado evitando infecção.

No sábado a tarde iniciou a festa final da cerimônia com rezas, danças, nesse dia o cacique permitiu a entrada dos não indígenas visitantes na casa grande oferecendo a chicha( bebida a base de milho branco) as cinco horas da madrugada de domingo os garotos foram liberados, ocorrendo a grande confraternização entre homens e mulheres crianças todos juntos, pois se apresentavam antes separadamente, antes do sol nascer, após serem pintadas com urucum para ficarem totalmente protegidas as crianças finalmente saíram iniciando a confraternização, prontos para enfrentar o mundo com a proteção de Nhandejara e terem um tembetá, representando serem um legítimo Kaiowá,

Por 38 dias a comunidade parou suas atividades passando a viver somente em função da cerimônia, finalizando, já pensavam na realização, dentre quatro anos, no entanto Paulito se preocupava em preparar um sucessor.


Fonte:Jornal O Progresso/1993

Panambizinho: Lugar de cantos, Danças, Rezas e Rituais Kaiowá, Graciela Chamorro/2017.texto: Egizele Mariano da Silva/janeiro/2022.






Fotos ilustrativas do Kunumi Pepy, retiradas do livro: Panambizinho...





















11 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page