O GUARDIÃO DA FLORESTA
Cada floresta tem seu dono, por isso não se pode ir adentrando, sem pedir permissão, cada animal que vive na floresta, como o porco do mato, tatu, onça e os demais, tem um dono responsável, como o guardião que chamamos de Yutikuyuvakae, o protetor da mata e de todo ser que vive nela; Por isso, quando ir caçar, deve pedir licença ao dono que cuida da mata, falar qual é o motivo da caça, se é para alimentar a família.
Esses ensinamentos eram passados aos filhos de geração a geração, na etnia Terena, o ancião alertava, caso não obedecessem, algo de ruim poderia acontecer, a função de caçar era dos homens, que deveriam ir para a mata ciente disso, e nunca ir sozinho.
Certo dia um índio terena, muito teimoso e desobediente, foi caçar sozinho, entrou na floresta e não pediu licença, foi adentrando, e, logo avistou uma vara de porco do mato, subiu em uma árvore e direcionou o seu arco, acertou dois porcos matando-os, de repente, lá de cima da árvore, ouviu um grito bem de longe, ouviu novamente um segundo grito, olhou para os lados e não viu nada;
Em instantes veio o terceiro grito, ouviu bem próximo a árvore, quando iria descer da árvore, viu uma cobra preta, muito grande, assustado com o tamanho dela permaneceu em cima da árvore;
A cobra atravessou em cima dos porcos que estavam mortos no chão e gritou três vezes em cima deles, os porcos levantaram e saíram correndo.
O índio terena, perdeu a sua caça, isso aconteceu, por não obedecer, como não pediu licença, o guardião da floresta, não deixou ele levar a caça; Assustado, volta sem nada para a casa, sem a sua caça que seria o alimento de sua família.
Essa é uma história real, pois aconteceu entre o povo terena, hoje serve para aconselhar os jovens indígenas, quando um ancião diz algo, não pode desobedecer, na tribo terena os anciãos contavam as histórias para aconselhar a tribo, e, todos deviam respeitar e obedece-lo, pois, suas experiências são de grande valor, pois eram sábios, tinham a natureza como referência.
Narrativas Indígenas da etnia Terena, contadas por Édio Felipe Valério, etnia Terena.21/05/2021, texto/organização: Egizele Mariano da Silva e Emislene Silva Mariano/2021
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