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Relatório: Entrevista com familiares: Etnia Kaiowá

No segundo semestre de 2018,Escola Tengatuí Marangatu,

na disciplina de Língua Portuguesa os alunos do 7º B, 7ºC E 8º B, do período vespertino foram orientados a realizar uma conversa com os familiares, para que pudessem adquirir informações de onde vieram seus familiares ou de que forma passaram morar na reserva Indígena, além de relatar os fatos marcantes que não lhes saem da memória e descrever como era reserva, e relatar como se encontra nos dias atuais na visão dos entrevistados; A entrevista além de proporcionar o conhecimento, visava oportunizar momentos de diálogo com os pais, uma das tradições indígenas que pouco se vê na atualidade na reserva, devido aos trabalhos adquiridos por muitos pais, muitos saem de madrugada e retornam somente a noite, ou retornam a tarde e o filho se encontra na escola, nesse momento; Dentre os 100 alunos que receberam a orientação na qual seria avaliativa, 34 alunos entregaram a entrevista, sendo, 18 família da etnia Kaiowá, 9 família da etnia Terena e 7 família da etnia Guarani. ´ Com base nas informações organizou-se o seguinte relatório:


ALUNOS DA ETNIA KAIOWÁ ENTREVISTAM SEUS FAMILIARES:


De acordo com a entrevista realizada pelos alunos do 7º e 8º com os pais e avós sobre o Processo Histórico da Reserva Indígena de Dourados os 18 entrevistados da etnia Kaiowá, 11 nasceram na própria Reserva, e 7 vieram de outros lugares, possuem idade entre 32 a 72 anos; O Senhor Alexandre Almeida, Avô do Aluno Riam Amarília do 7ºC, etnia Kaiowá de 74 anos de idade, nasceu no ano de 1944 na Fazenda Campanário, vieram da aldeia de Amambaí, porque a sua filha lhe trouxe para cá, já o Senhor Agostim Iturve Franco, avô de Eliezer Amarília Machado aluno do 7ºB, período Vespertino, da etnia Kaiowá, tem 64 anos, nasceu em 1956 na fronteira município de Paranhos, reside na reserva, desde seus cinco anos de idade, veio na época da ditadura, segundo ele no período de colonização, relatou que nesse período os fazendeiros matavam os índios, e seus pais trabalharam nos ervais, veio para reserva porque estava preocupado com o que estava acontecendo, havia muitas mortes de indígenas, veio para a reserva em busca de recursos; A Senhora Margarida Benites da etnia Kaiowá nasceu em Dourados e seu esposo Ismael Gonçalves etnia Kaiowá, nasceu em Caarapó, pais da Aluna Marileide Vera Gonçalves do 7ºB, vespertino, relataram que o fato marcante que não lhes saem da memória, são os suicídios que ocorriam antes com os parentes indígenas, e como também a mortes por causa de terra, no início quando começou a entrada de brancos, trazendo drogas para a reserva; Luis Mariano da etnia Kaiowá, pai do aluno Euller Mariano Oliveira do 7ºC, vespertino, relatou que seus pais vieram do Paraguai, porque acharam o lugar lindo, e era fácil para arrumar emprego e conseguir alimentos;

O Senhor Abrão Montanha, nascido na reserva, aldeia Bororó, em 30/08/1935, está com 83 anos de idade, avô do aluna Leticia Romero Montanha do 7ºC, vespertino, relatou, o que lhe marcou era a falta de alimentos e roupas, havia muita dificuldade em arrumar um emprego e conseguir dinheiro, não havia benefícios como hoje, recorda também o início da retomada de terras, não se esquece da época da ditadura, tem saudades do silêncio, pois a reserva era calma, as casas eram distantes umas das outras, havia muitas matas, havia somente uma estrada para ir até a Missão Caiuá;

Muitas famílias Kaiowá , recordam os conflitos que haviam entre os próprios indígenas, recordam da chicha, ouviam se os cantos e danças de longe, nas festas que passavam a noite, as casas eram de sapé...Os avós da Senhora Eliete Benites de 32 anos da etnia Kaiowá, vieram da Fazenda Chamada Santo Salomé, isso esclarece o fato de que muitos guarani Kaiowá, ficaram nos fundos de fazenda, tentando permanecer nos seus territórios tradicionais, mas quando os fazendeiros os expulsaram foram obrigados a ir para as reservas criadas pelo SPI; O senhor Leandro Cardoso de 50 anos, nasceu no dia 10/10 /1968, tio do aluno Igor Rodrigues do 7ºC, vespertino, relatou que seus avós vieram do município de Itaporã, acharam a reserva, o lugar mais próximo para morarem; Analisando os relatos das famílias Kaiowá percebe-se que sentem saudade do tempo em que a reserva era tomada de matas fechadas, relataram que a estrada que passava pela reserva era cheia de peixe e animais, acredito que se referem aos córrego Jaguapiru, destacam as moradias tradicionais e casas de rezas existentes, da união que existiam entre os povos, do silêncio que se fazia na reserva, não havia perigo, segundo disseram era um lugar bom de si viver, diferente de agora em que há muita violência, bebidas alcóolicas e drogas, muitas mortes, os filhos não respeitam os mães, roubam seus familiares para comprar drogas, as casas são de alvenaria, quase não se vê casas de rezas, não há mais sapé, antes havia mais espaços para plantar, as matas foram destruídas, há muitas pessoas na reserva, agora principalmente não índio.

Segue abaixo, a entrevista realizada pela aluna do 8ºB, vespertino, Raiane Ferreira da Silva com o pai: Florencio da Silva da etnia Kaiowá, possui 48 anos, nasceu em 22 de janeiro de 1970 reside na aldeia Bororó na reserva indígena de Dourados, segundo consta em anexo, os avós da aluno vieram de Caarapó da aldeia Teyque, vieram para Dourados em busca de trabalho, eis uma situação que ocorre um com muitas famílias, pois a reserva se encontra entre duas cidades, Dourados e Itaporã, isso de certa forma tem possibilitado a oferta de emprego e como também o acesso a universidades, nota-se com base na leitura do relatório da aluna que as transformações modificaram o ambiente, restando apenas recordações, das árvores dos animais, das plantas medicinais nas quais se encontravam com facilidade nas matas e da paz que havia.


Relatório organizado de acordo com a entrevista realizada pelos alunos do 7º e 8º ano do período vespertino da Escola Tengatuí Marangatu, na disciplina de Língua Portuguesa: professora Egizele Mariano da Silva-2018




 
 
 

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