A comunidade indígena de Dourados iniciou essa semana um projeto de recuperação das nascentes e córregos das aldeias Bororó e Jaguapiru. O movimento é liderado pela Associação de Mulheres Indígenas de Dourados (Amid) com o apoio da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
De acordo com a representante das mulheres indígenas, Lenir Paiva Flores Garcia, as nascentes e os córregos da Reserva estão escassos, sendo que muitos deles já desapareceram por causa do assoreamento. "Se não for recuperadas creio que dentro de 5 anos não teremos mais água nas comunidades indígenas. Quando uma nascente seca prejudica as veias dáguas que sustentam os poços das comunidades", alertou.
O ponta-pé inicial para os trabalhos é um diagnóstico das condições das 15 nascentes existentes no local e melhor maneira de recuperá-las. O trabalho será realizado pela professora da UFGD, Zefa Valdino Pereira, doutora em Biologia Vegetal com pós-doutorado em recuperação de áreas degradadas. A pesquisa contará com o apoio de alunos da universidade. A previsão é de que até o final de novembro desse ano, o diagnóstico já esteja disponível para a comunidade indígena. A partir dai, a comunidade deve se mobilizar para a limpeza, desassoreamento e plantio de vegetação típica da região para proteger as margens dos córregos.
De acordo com a professora, o ideal é que toda a comunidade indígena seja envolvida no projeto. "Vai ter que ter pessoas comprometidas com a causa. Vamos ter que fazer o plantio de muitas mudas e o cuidado com essas plantas deve ser constante", destaca alertando que essa causa deveria ser abraçada por todos os douradenses uma vez que o desaparecimento das nascentes podem influenciar a longo tempo no volume de águas também do Rio Dourados.
Poluição
Outra preocupação apontada pela comunidade indígena é a poluição próxima as nascentes. "Existem empresas que ladeiam a reserva com vazamentos de óleo e também dejetos de porco", denuncia o indígena Ivan de Souza, o "Tainha"
Paralelo a esse trabalho de iniciativa das mulheres indígenas, o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) ofereceu um curso para os agentes sanitários indígenas. Duas turmas receberam orientações e técnicas sobre a limpeza e reflorestamento as margens das nascentes. A engenheira civil Everli Quinários, destacou que foram localizadas 15 nascentes, mas acredita que pode haver muito mais. Ela disse que o Dsei busca parcerias para a compra de cimento e mudas para realizar o trabalho porque não existe orçamento para a compra desse tipo de produto. O projeto de iniciativa das mulheres indígenas buscou apoio dos deputados Geraldo Resende (federal) e Renato Câmara (estadual) que já sinalizaram ajudar a viabilizar recursos para tirar o projeto do papel.
Jornal O Progresso. Outubro/2017
Recuperação das nascentes
As nascentes estão desaparecendo e não queremos isso, queremos rios, lagos, por isso temos que valorizar, se fizermos isso ajudaremos o meio ambiente recuperando os rios, é claro que não vamos conseguir sozinhos, teremos que se unir, plantar árvores, cuidar dos animais, se retirar uma árvore, plantar outra em outro lugar.
A comunidade da reserva e de outros lugares também devem ajudar a valorizar, as nascentes são necessárias para a nossa sobrevivência, por isso é preocupante e todos devem protegê-la , vamos nos unir, as nascentes são importantes para nós, farei o necessário para preservar as nascentes, não estamos sozinhos a prefeitura está disposta a ajudar.
Jhonatan Hilton Machado, Kaiowá, 7ºB,2017
A Reserva Indígena e os Problemas Ambientais
Podemos ver que aqui há vários problemas ambientais, como no mundo todo, inclusive onde moramos na reserva Indígena, e assim os rios estão sendo poluídos, há poluição do ar, problemas de falta de água, rios secando e muitos cortes de árvores que ocorreu desde o início da criação da reserva.
Para amenizar esses problemas que acontecem aqui na aldeia de Dourados a AMID, com apoio da UFGD, AGRAER, SESAI, estão desenvolvendo, um projeto de preservação das nascentes e córregos existentes na reserva indígena, querem plantar mudas de árvores para proteger as margens dos córregos é um projeto que precisa de apoio da comunidade para dar certo, ajudando a cuidar das árvores, preservando para as minas e córregos para não secar.
Ivair Ferreira Fernandes Junior, Guarani, 7ºC,2017
foto: Hédio Fazan
Análise do córrego Jaguapiru, início do projeto de recuperação.
Assista os Vídeos da ação inicial do Projeto :
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